Eta Aquáridas – Os restos do cometa Halley
A chuva de meteoros Eta Aquáridas acontece entre os dias 19 de abril e 28 de maio, mas é entre os dias 5 e 6 em que ocorre sua máxima atividade.
Essa é mais uma chuva de meteoros que está listada entre as mais intensa do ano. Podendo ser vistos até 50 meteoros hora.
A chuva tem seu radiante na constelação de Aquários, mais precisamente próximo a estrela Eta Aquarii, uma fraca estrela de magnitude 4,04 que está no limite da visibilidade do olho humano. Por isso o seu nome.
A constelação pode ser vista acima do horizonte por volta das 3:00 h da madrugada, é por essa hora em que a chuva atinge sua máxima intensidade. Por está localizado no hemisfério Sul celeste a constelação é facilmente visível aqui no Brasil, podemos vê-la bem alto no céu de qualquer parte do país.
Por esse motivo a chuva de meteoros Eta Aquáridas é das chuvas de meteoros de grande intensidade, a de melhor visibilidade no Brasil.
Além de sua intensidade a chuva é conhecida por seus meteoros serem formado pelos detritos e poeira do famoso cometa Halley. Nesse ano a Lua próximo a sua fase minguante pode atrapalhar um pouco a observação da chuva de meteoros, ofuscando os meteoros mais fracos.
A chuva produz meteoros de magnitude 2,4 brilho parecido com o da estrela mais brilhante da constelação de Aquarios, mas é possível ver alguns bólidos ou meteoros mais brilhantes.
Para onde devo olhar?
Para ver a chuva de meteoro Eta Aquárida como qualquer outra chuva de meteoros o ideal é sempre olhar na direção de seu radiante, no caso da Eta Aquárida, na direção da constelação de Aquários. Pois é de lá que os meteoros parecem vir, quando estes entram em nossa atmosfera.
Mas não é necessário se fixar no radiante pois quando os meteoros riscam o céu eles percorrem um grande caminho podendo ser visto em toda abóboda celeste. Podemos vê-los surgir em várias partes do céu também, mas sempre perceberemos que sua (calda) apontará para uma determinada região do céu aonde está o radiante.
Numa chuva de meteoros podemos ver também alguns meteoros esporádicos, conseguimos diferenciá-los dos demais meteoros observando para onde aponta sua (Calda) se essa não estiver apontada para o radiante é bem provável que esse meteoro seja um meteoro esporádico, que não faz parte do chuveiro.
Como faço para ver a maior quantidade de meteoro possível?
Primeiro encontre um local ideal para se observar a chuva de meteoros, se for em sua casa, deve ser um local aonde não tenha interferência de luz artificial como de postes e de casas vizinhas, encontre um local aonde você possa observar uma maior área do céu, e procure se acomodar de maneira que você veja essa área por inteira.
Por isso o ideal é observar em uma cadeira reclinável ou deitado no chão, com os pés voltado para o quadrante aonde se encontra o radiante, e fixar o olhar para próximo do quadrante. Assim você consegue ter uma boa visão do céu e “pegar” os meteoros mais baixo no horizonte através da visão periférica, não deixando “passar” nenhum um meteoro sequer.
Se em sua cidade a poluição luminosa for muito intensa a ponto de você ter que se deslocar para outros locais mais escuros para poder ver a chuva de meteoros, aconselha-se a fazer com toda a segurança, nunca vá para locais isolados e escuros sozinho, o bom é sempre está na companhia de alguém ou em grupo.
Como identificar a constelação de Aquários?
A constelação de Aquário não é uma das mais fáceis de se identificar, apesar de fazer parte das constelações do zodíacos, Aquário é constituída praticamente por estrelas de brilho fraco, dificultando muito a identificação de seu desenho no céu.
Outro ponto negativo, é o seu desenho no céu, em várias cartas celestes, Aquário aparece com diferentes formas e sua figura não se assemelha em nada o que lhe diz seu nome.
Assim, vamos nos focar no radiante e não na constelação em si, o radiante fica próximo a Eta-Aquárii, uma fraca estrela de magnitude 4,04 que só pode ser vista a olho nu em céus bem escuro, como ao seu redor existem outras tantas estrelas com essa magnitude, você pode usar a estrela mais brilhante da constelação para localizar o radiante.
A estrela Sadalsuud ou Beta Aquarii
A estrela é a mais brilhante da constelação com uma magnitude de 2,9 e mesmo assim não é considerada uma das estrelas mais brilhante o céu, o radiante encontra-se próximo a essa estrela também, basta olhar para a estrela e você olhará indiretamente para o radiante.
O Asterismo de Pégaso
Se você tiver dificuldade em encontrar essa estrela, temos outra dica, use a constelação de Pégaso como referência, a constelação fica muito próxima a Aquário.
Pégaso tem um asterismo muito famoso e de fácil identificação, é um grande quadrado formado por estrelas bem brilhantes, a distância entre a estrela Alpheratz e a estrela Markab é quase a mesma distância entre a estrela Markab e o radiante.
De onde vem as Eta Aquaridas
Os meteoros de Eta-Aquáridas são, nada mais, que os detritos e poeira deixado pelo cometa mais famoso e conhecido da humanidade, o Lendário cometa Halley, ou 1P/Halley como é cientificamente conhecido.
O cometa cruza em duas partes a órbita da Terra um em maio e a oura em outubro, é quando podemos ver outra chuva de meteoros ligada ao cometa, as Oriônidas ou Orionídeas.
O Cometa mais conhecido da História?
O cometa Halley é um cometa grande e brilhante que orbita em torno do Sol, em média, a cada 76 anos, quer dizer, seu período orbital pode oscilar entre 74 e 79 anos. Trata-se de um dos mais conhecidos e brilhantes cometas (visível a olho nu) de periodicidade “curta” do cinturão de Kuiper. Foi observado pela última vez em 1986 nas proximidades da órbita terrestre, calcula-se que a próxima visita seja no ano de 2061, a anterior ocorreu em 1910.
O cometa Halley foi o primeiro a ser reconhecido como periódico, sua órbita foi calculada pela primeira vez pelo astrônomo Edmund Halley em 1705. Foi observado anteriormente pelo astrônomo alemão Regiomontano. Há relatos de que este cometa foi visto pela primeira vez no ano de 239 a.C.
Em suas observações, Edmund Halley comprovou que as características do cometa coincidiam com as descritas em 1531 (descritas por Pietrus Apianus) e, em 1607, observadas, em Praga, por Johannes Kepler. Halley concluiu que correspondiam ao mesmo objeto celeste, que retornava a cada 76 anos. Assim, fez a estimativa da órbita e previu sua reaparição para o ano de 1757.
Sua previsão não foi totalmente correta, visto que o cometa retornou no dia 25 de dezembro de 1758. Neste caso, a atração gravitacional de Júpiter e de Saturno foi responsável pelo atraso do cometa, fato que Halley não pôde contemplar, pois faleceu em 1742.
Curiosidade
A procura do cometa Halley em seu possível retorno em 1757 astrônomos da época começaram uma caça implacável, como não se sabia ao certo a sua localização, muitos astrônomos varreram o céu com seus modestos telescópios da época atrás do famoso cometa.
Entre eles estava Charles Messier que ao confundir por algumas vezes objetos nebulosos como aglomerados e nebulosas com o possível cometa compilou o seu primeiro catálogo, "Catalogue des Nébuleuses et des amas d'Étoiles, que l'on découvre parmi les Étoiles fixes sur l'horizon de Paris" (Catálogo de Nebulosas e Aglomerados Estelares Observados entre as Estrelas Fixas sobre o Horizonte de Paris), um catálogo com 110 objetos nebulosos, entre os quais estão galáxias, nebulosas e aglomerados estelares.
Esse é o catálogo de objetos celestes de céu profundo mais conhecido até hoje, seus objetos estão no alcance da maioria dos telescópios amadores.
Então quando você observar essa expendida chuva de meteoros já sabe da história que está por trás dos magníficos traços brilhantes que cortarão o céu desse final de semana.
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